Webinário Debate Educação Antirracista e Inclusão Cultural nas Escolas Destaque
- Escrito por Setor de Comunicação
O encontro online realizado nesta segunda-feira (18/11) já está disponível no canal da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia no YouTube
O webinário "A Pedagogia Antirracista na Escola: Construindo Caminhos Possíveis" foi o tema do encontro formativo sobre Educação Antirracista e Inclusão Cultural, promovido pela Prefeitura de Hortolândia e voltado a profissionais da rede municipal de ensino. A formação contou com a participação das pedagogas e professoras da educação básica Raquel Batista e Elisabeth Conceição Alves, e integra a programação do Mês da Consciência Negra. O objetivo foi fomentar uma educação mais igualitária, incentivando a reflexão sobre diversidade e inclusão dentro das escolas.
Durante o encontro, Raquel Batista compartilhou experiências práticas sobre como trabalhar a temática antirracista com crianças pequenas, enfatizando a importância de elementos culturais no ambiente escolar. A professora destacou o uso de brincadeiras e instrumentos culturais, como o samba e o pandeiro, para conectar as crianças com as tradições e a música negra.
"Levar esses elementos para a sala de aula não só ensina sobre a cultura, mas também cria uma experiência sensorial e afetiva, essencial para o desenvolvimento das crianças", explicou Raquel, reforçando a necessidade de envolver os alunos de maneira interativa e afetiva com a cultura negra.
Uma das questões mais abordadas no encontro foi a negação do racismo nas escolas, um desafio apontado pelas convidadas. "Muitas vezes, ouvimos que se falarmos sobre o racismo, vamos 'criar' mais racismo. Mas, na realidade, ignorar essa pauta apenas fortalece as desigualdades”, afirmou Raquel. Ela ressaltou que a educação antirracista deve ser compreendida não como uma prática divisiva, mas como uma ferramenta essencial de inclusão e respeito.
A professora Elisabeth também abordou a dificuldade de integrar a temática de maneira natural no currículo, sem que ela se torne uma obrigação forçada. "Não é necessário dizer que a boneca é negra. Quando uma criança brinca com uma boneca negra, ela está aprendendo pela própria representatividade. A escola deve ser um espaço para que todos se sintam representados, sem a necessidade de rótulos", explicou.
A literatura também foi destacada como uma ferramenta fundamental no trabalho antirracista. Elisabeth compartilhou a experiência que ouviu de uma educadora ao trabalhar com o livro Amoras, do rapper Emicida. Segundo ela, a experiência foi um bom exemplo de recurso rico para o ensino de crianças bem pequenas. "Conheci uma educadora em Campinas que trabalhou com o Livro Amoras. Ela levou as amoras para a sala de aula e as crianças se envolveram completamente. Não apenas ouviram a história, mas tocaram e experimentaram a fruta. Isso mostra como podemos integrar a cultura negra de maneira lúdica e afetiva", contou a professora, ilustrando como a literatura pode ser uma ponte poderosa para o aprendizado e a vivência da cultura afro-brasileira.