A fim de “erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”, Hortolândia promoveu, na tarde desta quarta-feira (05/07), a III+1 Conferência Municipal de Segurança Alimentar. O evento reuniu, no auditório do câmpus do IFSP (Instituto Federal de São Paulo), na Vila São Pedro, cerca de 90 pessoas, dentre elas representantes do Poder Público, do Terceiro Setor e da sociedade civil, tanto locais quanto de outros municípios do interior paulista, como Campinas, Sumaré e São Bernardo do Campo. O evento acontece em meio a um cenário preocupante de miséria e desigualdade social no Brasil. Dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro de 2022, revelaram os maiores números e os maiores percentuais de pobreza e de extrema pobreza, vividos pela população brasileira desde o início da série, em 2012. Cerca de 62,5 milhões de brasileiros (ou 29,4% da população do país) estavam na pobreza, ou seja, tinham renda inferior a R$ 486 por mês, e 17,9 milhões (ou 8,4% da população) estavam na extrema pobreza, vivendo com menos de R$ 168 reais por mês, em 2021. Já o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em junho de 2022 pela Rede PENSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), mostra a escalada da fome no Brasil, por meio de outros números. Em 2022, mais da metade da população brasileira (58,7%) convivia com a insegurança alimentar em algum grau – leve, moderado ou grave (fome), sendo que 33,1 milhões de pessoas não tinham o que comer. A conferência foi organizada pelo Comsea (Conselho Municipal de Segurança Alimentar de Hortolândia), com o apoio da Prefeitura, por meio do Departamento de Segurança Alimentar da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.